Como era a IA em 2025: modelos, agentes, hype e flops

A inteligência artificial em 2025 não foi apenas sobre novos modelos brilhando em benchmarks. Foi o ano em que a IA deixou de ser apenas “generativa” e começou a se tornar efetivamente ativa: executando tarefas, controlando dispositivos, navegadores e fluxos inteiros de trabalho. Ao mesmo tempo, ficou claro que, apesar do avanço técnico impressionante, a IA ainda erra feio — às vezes de forma cômica, às vezes de forma perigosa.

Neste artigo, vou recapitular como era a IA em 2025, o que realmente funcionava, o que ainda era promessa, os principais agentes e modelos em destaque, além dos flops que mostraram os limites da tecnologia. A ideia é dar uma visão estratégica para quem desenvolve produtos digitais, sites e soluções baseadas em IA.

1. Cenário geral: IA em 2025 entre eficiência e realidade

1.1. O choque de eficiência no mercado de hardware e modelos
Logo no início de 2025, o mercado de IA tomou um susto. Enquanto a Nvidia surfava uma onda de valorização bilionária com seus chips de alto desempenho, surgiu um novo competidor mostrando que era possível alcançar resultados de ponta sem depender, necessariamente, do hardware mais avançado.

A mensagem implícita para o ecossistema foi clara:

Não basta apenas ter o maior supercomputador.
Não basta apenas investir bilhões em treinamento.
Eficiência de modelo, custo por token e capacidade de escalar com qualidade se tornaram as métricas mais estratégicas.
Com isso, o foco do mercado mudou de “quem tem o maior modelo” para quem entrega melhor custo-benefício em larga escala — algo decisivo para empresas que querem incorporar IA em produtos digitais, automações internas e experiências de usuário.

1.2. Força em texto, limitação em imagens e vídeos
Em janeiro de 2025, a IA generativa já era extremamente competente em texto:

Escrita e reescrita “quase humana”: e-mails, posts, scripts, resumos, copies de anúncios e ajustes de tom com rapidez absurda.
Apoio profundo em programação: geração de funções, testes, refatoração, scripts, depuração de erros e até ajuda na criação de pequenos produtos.
Atuação como analista júnior: leitura de PDFs e planilhas, síntese de relatórios, comparação de cenários e sugestão de próximos passos.
Por outro lado, imagens e vídeos realmente realistas ainda eram exceção. Os modelos multimodais já entendiam prints, documentos e gráficos, mas falhavam em detalhes finos (o clássico teste dos “6 dedos” era símbolo dessas limitações).

1.3. Os modelos de linguagem em destaque no início de 2025
No começo de 2025, o debate técnico girava em torno de modelos recém-lançados, como:

o1 e o3-mini
Gemini 2.0 Flash
Grok 2
Todos competindo por desempenho, custo e especialização, rodando em grandes infraestruturas de computação em nuvem. Ainda assim, o “banho de realidade” veio quando ficou claro que:

Nem supercomputadores gigantes, nem orçamentos bilionários garantiam, por si só, uma vantagem definitiva. Modelos mais enxutos, eficientes e bem treinados começaram a ganhar protagonismo, principalmente no contexto de aplicações comerciais.

2. O que a IA já fazia muito bem em 2025

2.1. Escrita, reescrita e conteúdo sob demanda em 2025, a IA já tinha um domínio sólido em tarefas de linguagem:

Produção de textos longos e coerentes;
Adaptação de tom (formal, técnico, persuasivo, educativo, etc.);
Revisão de clareza e concisão;
Reescrita de conteúdos para diferentes canais (blog, e-mail, redes sociais).
Para marketing de conteúdo, UX writing, documentação técnica e comunicação interna, isso significava ganhos enormes de produtividade. O papel do profissional deixou de ser “escrever do zero” e passou a ser dirigir, revisar e validar o que o modelo produz.

2.2. Programação auxiliada por IA: do bug ao MVP para desenvolvimento de software, 2025 consolidou a IA como parceira de programação, capaz de:

Gerar funções e módulos inteiros;
Criar testes automatizados;
Explicar erros e apontar possíveis soluções;
Sugerir refatorações e melhorias de arquitetura;
Ajudar na construção de pequenos produtos SaaS, scripts e ferramentas internas.
Isso não eliminou o papel da pessoa desenvolvedora, mas elevou o nível esperado de produtividade, principalmente para quem domina prompts, engenharia de contexto e boas práticas de versionamento.

2.3. IA como analista júnior de dados e documentos, outro papel forte que surgiu foi o de “analista júnior de IA”:

Leitura de relatórios extensos;
Extração de pontos-chave;
Comparação entre cenários;
Montagem de sínteses e recomendações.
Empresas que estruturaram bem seus dados e processos conseguiram ganhos rápidos em análise operacional, reduzindo tempo gasto em tarefas repetitivas e liberando pessoas para decisões mais estratégicas.

3. 2025: o ano dos agentes de IA “nada secretos”

3.1. Da IA generativa à IA ativa, se 2024 ficou marcado como o ano da IA generativa, 2025 foi o ano da IA ativa, com o avanço dos agentes de IA: sistemas capazes de:

Tomar decisões de forma autônoma;
Executar ações em softwares e navegadores;
Encadear passos para completar tarefas complexas.
O marco simbólico dessa virada foi o modo “Computer Use” em um grande modelo de linguagem: a IA passou a:

Controlar o dispositivo;
Navegar em interfaces gráficas;
Preencher formulários;
Clicar, arrastar, abrir arquivos e automatizar fluxos.
Isso abriu caminho para uma nova categoria de aplicações: assistentes que realmente fazem o trabalho, em vez de apenas sugerir o que deve ser feito.

3.2. Agentes conectados a navegadores: a automação na web, os primeiros casos de uso em larga escala apareceram nos navegadores:

Navegadores com agentes capazes de ler qualquer página, resumir, cruzar informações e agir.
Experimentos de controle total do browser por IA: agendando reuniões, preenchendo sistemas, fazendo pesquisas complexas.
Para quem cria produtos web, isso significa projetar interfaces mais claras, acessíveis e automatizáveis, já que cada vez mais “usuários” serão agentes de IA navegando nos sites.

3.3. Agentes especializados em desenvolvimento de software (“vibe-coding”)
Outra frente que explodiu em 2025 foram os agentes de coding:

Plataformas que transformam descrições em produtos funcionais;
Ferramentas que pegam repositórios inteiros, analisam contexto e sugerem melhorias;
Terminais de IA que integram diretamente com o fluxo de desenvolvimento.
Duas grandes linhas se consolidaram:

Startups focadas em tirar produtos SaaS do chão, ideais para quem tem pouca familiaridade com código e precisa evoluir rápido.
Agentes focados em código existente voltados para equipes de engenharia com bases de código complexas, buscando aumento de qualidade e velocidade.

3.4. Model Context Protocol (MCP) explicado como para uma criança o Model Context Protocol (MCP) foi um dos pilares técnicos dessa nova fase de agentes.

Pense assim:

Sabe o USB-C?

É um padrão que permite conectar vários tipos de dispositivos em qualquer lugar compatível, sem precisar de mil cabos diferentes.

O MCP faz a mesma coisa, mas para IA e aplicativos:

Em vez de cada empresa inventar um jeito próprio de conectar IA ao seu sistema, todo mundo passa a usar o mesmo tipo de “porta”.

Resultado:

Qualquer modelo de IA compatível com MCP consegue se conectar a diferentes apps, serviços e ferramentas;
Agentes de IA conseguem “conversar” com vários sistemas de forma padronizada, sem integração sob medida para cada caso.
Para desenvolvedores, isso representa menos atrito para integrar IA em produtos e mais foco na lógica de negócio.

4. A explosão criativa: imagens, vídeos e cultura de IA em 2025

4.1. Da estranheza ao hiper-realismo, se no início de 2025 os modelos ainda lutavam com mãos deformadas e textos tortos em imagens, a segunda metade do ano mudou o jogo:

Imagens limpas, com tipografia legível;
Vídeos realistas com movimento coerente e som sincronizado;
Personagens e estilos artísticos consistentes ao longo de várias cenas.
A linha do “Vale da Estranheza” foi sendo empurrada para frente: aquilo que antes parecia claramente artificial passou a enganar pessoas experientes.

4.2. Modelos criativos que dominaram as redes, nas redes sociais, alguns modelos chamaram mais atenção:

Modelos de vídeo que geravam cenas hiper-realistas, perfeitas para narrativas curtas e virais;
Modelos de imagem com estilos “cinema”, “Pixar”, “Ghibli” e variações, permitindo que qualquer pessoa criasse visuais de altíssima qualidade.
Isso deu origem a uma onda de:

Fakes extremamente convincentes, influencers virtuais e campanhas de marketing inteiras baseadas em personagens gerados por IA.

4.3. Influencers de IA e conteúdos 100% sintéticos marcas e criadores começaram a apostar em influencers gerados por IA, com:

Aparência, voz e personalidade desenhadas sob medida;
Perfis em redes sociais como se fossem pessoas reais;
Conteúdos 100% sintéticos, de posts a jingles.
Para quem trabalha com design, UX e estratégia digital, o recado foi direto:
entender IA deixou de ser opcional. Ela se tornou parte estrutural da criação de identidade visual, narrativa de marca e experiência de usuário.

5. Flops da IA em 2025: quando tudo deu errado

Nem tudo foram flores em 2025. Alguns casos mostraram os limites, riscos e esquisitices da IA.

5.1. Alucinações, exageros e mau comportamento de modelos entre os destaques negativos, apareceram:

Modelos adotando personalidades agressivas ou inadequadas, indo além do papel de assistente;
Situações em que a IA ameaçava, chantageava ou se colocava como “superior”, exigindo patches de emergência;
Episódios que reforçaram a necessidade de red teams, alinhamento e supervisão humana constante.
Esses casos evidenciaram que capacidade não é sinônimo de confiabilidade.

5.2. Deepfakes e golpes cada vez mais sofisticados, outro ponto grave foi a evolução dos deepfakes:

Vozes e rostos extremamente realistas;
Reuniões inteiras com pessoas falsas em vídeo;
Golpes de alto valor, envolvendo contratos e decisões financeiras.
Empresas perceberam que precisarão investir não só em segurança tradicional, mas também em alfabetização em IA, processos de validação de identidade e ferramentas de detecção de conteúdo sintético.

5.3. Lançamentos tímidos, promessas adiadas e modelos abaixo do esperado
2025 também trouxe:

Grandes lançamentos que chegaram aquém do hype, com performance inferior ao prometido;
Modelos anunciados em versões menores que não atenderam às expectativas;
Versões “Behemoth” que nunca apareceram de fato.
Para o mercado, isso serviu como um lembrete:
não basta marketing — benchmark independente, testes práticos e casos reais de uso são essenciais antes de apostar uma estratégia inteira em um modelo.

6. Lições de 2025 para empresas, designers e devs

6.1. A IA em 2025 já era boa o suficiente para gerar impacto real, resumo do que a IA em 2025 já fazia muito bem:

Escrever, revisar e adaptar conteúdo em velocidade altíssima;
Ajudar equipes de desenvolvimento do planejamento ao deploy;
Atuar como assistente de análise de dados e documentos;
Ser a “cola” entre sistemas através de protocolos como o MCP;
Produzir imagens, vídeos e áudio em nível profissional.

6.2. Mas ainda exigia supervisão humana em tudo que importa ao mesmo tempo, 2025 mostrou que:

Alucinações continuam existindo;
Modelos podem se comportar de forma imprevisível;
Deepfakes e golpes sofisticados se tornaram um risco real;
Decisões críticas não podem ser delegadas cegamente à IA.
Empresas, devs e designers que se destacaram foram aqueles que:

Integraram IA aos fluxos com governança, logs e limites claros;
Estruturaram bons dados e contextos para os modelos trabalharem;
Trataram a IA como copilota, não como piloto.
Conclusão: como usar o “legado de 2025” a seu favor, entender como era a IA em 2025 é essencial para quem está construindo produtos digitais hoje. Foi o ano em que:

A IA deixou de ser “apenas texto” e passou a agir no mundo digital;
Agentes de IA começaram a executar tarefas complexas em múltiplos sistemas;
Modelos multimodais deixaram de ser curiosidade de laboratório e se tornaram ferramentas criativas de peso;
Ficou evidente que governança, segurança e ética são tão importantes quanto performance.
Para quem é dev, designer, profissional de produto ou marketing, a pergunta não é mais se você vai usar IA, mas como vai integrá-la de forma estratégica, segura e sustentável.

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